Tosse, falta de ar, dificuldade para respirar, dor e ardência na garganta, dor de cabeça, parece que essas são descrições de uma doença que estamos enfrentando no mundo neste momento, a Covid-19, mas na verdade estes também são sintomas de um outro problema grave e que em meio à crise da saúde vem passando despercebido, as queimadas na Amazônia.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisa (Inpe), os focos de queimadas em 2020 já são os maiores desde 2014, o combo desmatamento-queimada hoje é o principal responsável pelas emissões de gases de efeito estufa do Brasil, o baixo índice de chuva faz com que os incêndios que ocorrem geralmente em decorrência dos desmatamentos, atinjam também florestas vivas e as fumaças invadam as cidades.
Enquanto as atenções das autoridades estão em salvar vidas contra o coronavírus, as queimadas vão crescendo na Amazônia, o Inpe também aponta um crescimento de 64% no nível de desmatamento em relação ao ano passado, quando as queimadas chamaram a atenção do mundo inteiro em agosto, revelando uma grande atividade desse desmatamento. O alerta voltou os olhos da população para o problema, que fez com que o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão entrasse em um embate contra o presidente da república Jair Bolsonaro que o exonerou do cargo.
Em 2019, Rio Branco chegou a registrar 30 mil casos de infecções respiratórias devido ao problema das queimadas, estatística que se começar a ser somada com os mais de mil casos de Covid-19 já confirmados no Estado, pode não só agravar a situação dos pacientes que já estão com a doença, como agilizar o colapso na saúde do Acre, já que os leitos dos hospitais estão em grande maioria ocupados, tudo o que menos precisamos são duas crises ao mesmo tempo, é preciso olhar para o que está acontecendo e combater além do vírus, os focos de incêndio.