OPINIÃO

Para quem você anda dando credibilidade? Tome cuidado


Credibilidade. Como o próprio nome diz, é atribuído a quem é crível, ou seja, acreditável. A credibilidade pode edificar pessoas, mas também ser uma armadilha muito danosa. Em resumo, a credibilidade está associada na sua capacidade de acreditar no que alguém fala.

Por exemplo: este blog teve no mês de outubro uma média entre 5 a 7 mil leitores por artigo. Cada um desses leitores que leem as informações aqui e não vão confirmar no Google, é porque me dão credibilidade e isso não é à toa, é um trabalho árduo de checagem de informações e análises previamente pensadas, que condizem com a realidade e afasta dados mentirosos. Caso eu fosse eu costumasse espalhar mentiras, as chances de pessoas conseguirem me desmentir nas redes sociais é grande, o que diminuiria o status que tenho com elas.

Por que estou contando sobre isso? Porque acredito que a credibilidade é um fator a ser muito discutido e as eleições 2022 são os melhores exemplos para tratar desse assunto. Independente de quem você vai votar neste domingo, esse não é um artigo ideológico. Mas reflita: a quem você anda dando sua credibilidade? Onde você busca suas informações? Em quem você acredita?

Como jornalista, tenho obrigação de checar qualquer informação que chega a mim, mesmo que ela venha de um grande veículo de comunicação. Eu leio, calculo a relevância que aquilo tem pra meu leitor e vou checar sua veracidade de modo a me dar confiança para repassar essa informação.

Pouquíssimos são os jornalistas ou especialistas de outras áreas nas quais leio algo e me dou ao luxo de acreditar naquela informação de primeira, isso só acontece com quem eu tenho plena confiança, certeza de que assim como eu, essa pessoa tem o trabalho de se informar ao máximo. Isso me “blinda” de cair em fake news e mesmo assim já aconteceu uma vez – embora tenha servido para abrir melhor os olhos.

O problema das fake news, que correm quase sem limites em grupos nas redes sociais, não são necessariamente apenas a mentira em que ela está envolvida, cada pessoa deveria ter a capacidade de conseguir distinguir o conteúdo que está ali para lhe enganar. É aí vem a tal da credibilidade. Enquanto alguns selecionam bem as fontes que sua mente entende como confiáveis, grande parte – e estamos falando de muitas pessoas mesmo – tem por único critério dar credibilidade a quem pensa como elas.

Exemplo: grupos de WhatsApp. Os conteúdos mentirosos só são compartilhados em massa porque funcionam, as pessoas se aproveitam de um momento caótico, onde ninguém mais sabe em quem acreditar e prefere, ao invés de acompanhar cada situação com mais rigor, depositar toda sua credibilidade a quem pensa como ela. Isso vale para os dois lados: “se vem de lá, é mentira. Se vem de cá, deve ser verdade”.

Só existe uma forma de você parar de cair em fake news, selecione melhor a quem você deposita credibilidade. Desconfie de qualquer coisa que chegue a você com título apelativo ou que pareça absurdo. Pesquise! Analise! Reflita! E só aí, decida se você vai acreditar naquela informação ou não. Repasse apenas o que você mesmo checou e acreditou.

Hoje, qualquer um pode abrir uma página na internet e escrever o que quiser. As redes sociais deram voz a quem quiser e isso é muito bom, mas tem seus problemas, vários dessas pessoas se aproveitam disso para plantar mentiras e usar de uma credibilidade ilusória para fazer com que milhares de pessoas, na mais profunda inocência, repliquem as lorotas como se estivessem fazendo um favor ao mundo.

Fica a dica! Analise melhor a quem você dá credibilidade.

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Anderson Siqueira

Editor-chefe, escritor, amante de meditação e da boa cozinha. Contato: andersonsiqueira.br@gmail.com