A psicóloga Dayanna Menezes, esposa do deputado federal eleito pelo Acre, coronel Ulysses Araújo (União Brasil), causou polêmica nas redes sociais ao não aceitar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e questionar a integridade das mesmas urnas que elegeram seu marido.
— “Como respeitar e muito menos aceitar o resultado das urnas eletrônicas dessa eleição? Qual é a lógica de um povo que elege a maioria de deputados e senadores declarados de direita e pró-Bolsonaro votar para presidente em Lula? Que sentido faz isso?”, inicia.
No entanto, dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostram que os principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram eleitos em estados em que ele dominou as eleições, a exemplo do Acre, onde recebeu 70,30% dos votos. Já Lula, foi eleito majoritariamente com votos do Nordeste, onde sempre teve grande preferência e também em Minas Gerais, onde também havia vencido no primeiro turno.
Em seguida, Dayanna aponta o que considera fraude nas urnas, realizando um discurso que não foi feito nem mesmos pelos mais ferrenhos apoiadores de Bolsonaro, como Carla Zambelli, Nikolas Ferreira e Damares Alves, que reconheceram a derrota e afirmaram que farão oposição ao novo presidente. A vitória também foi reconhecida pelo governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), que se demonstrou grande apoiador de Bolsonaro.
— “Só mesmo com muita fraude e ajuda de um sistema onde a suprema corte do país anula um processo condenatório longo e extenso de provas e evidências de um bandido corrupto, atesta que esse mesmo corrupto possa ser candidato a presidente da república, e que durante a campanha entre todas essas manobras proíbe até que a mídia use termos para esse mesmo candidato, como: ex-presidiário, ladrão, descondenado, corrupto, etc; e a grande coroação para o sucesso desse grande patifaria são as urnas eletrônicas, que claro, atestadas e asseguradas confiáveis pela própria suprema corte”.
Lula foi preso no dia 7 de abril de 2018, após o ex-presidente se entregar à Polícia Federal (PF) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo (SP) e foi solto dia 8 de novembro de 2019. Ele recuperou seus direitos políticos após uma série de vitórias na Justiça, como a anulação de condenações da Lava Jato e a suspeição do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) — eleito senador pelo Paraná — no caso do triplex no Guarujá (SP). Com as anulações, Lula ficou sem nenhuma condenação criminal em qualquer instância da Justiça, o que o torna juridicamente inocente.
Polêmica na pandemia
Não é a primeira vez que Dayanna repercute por conta de polêmicas. No dia 8 de fevereiro de 2021, ela publicou uma foto nas redes sociais recebendo a primeira dose de vacina contra a Covid-19 na Policlínica da Polícia Militar (PM), em Rio Branco. Acontece que, no período em que ela recebeu a vacina, o imunizante estava sendo distribuído apenas para profissionais que estavam atuando da Saúde e Segurança Pública e idosos acima de 60 anos.
A reportagem do Correio 68, na época, havia procurado o então secretário de Saúde, Alysson Bestene, para esclarecimentos. O secretário informou estar surpreso e confirmou que ela não se encaixava em um dos grupos aptos para vacinação no período, o que se configuraria como um caso de “fura-fila”. O comandante-geral da PM na época, coronel Paulo César, também confirmou a informação. Em defesa, Dayanna afirmou que recebeu a vacina como estagiária de psicologia.
O caso foi parar no MPAC (Ministério Público do Estado), onde a promotora de justiça Myrna Teixeira Mendoza confirmou que Dayanna violou às normas do Plano de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19. De acordo com nota destinada ao na época secretário de Saúde de Rio Branco, Frank Lima, o MPAC recomendou que ela não fosse contemplada com a 2ª dose da vacina.
Ato antidemocrático
Dayanna finalizou sua publicação sobre as eleições afirmando que não aceitará o resultado das urnas. Segundo o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, o Teste de Integridade das Urnas Eletrônicas, mostrou que a amostragem reafirma a eficiência das urnas e do sistema eletrônico de votação.
— “Contra tudo e contra todos! Ignorando tudo, inclusive milhares de vídeos como esse aí que eu postei nessa minha nota! Jamais aceitarei e nunca irei me conformar com uma coisa dessa! Onde fica a moral de uma nação nessa hora? Fica aqui registrado meu protesto”, finaliza Dayanna.
