Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) — derrotado nas urnas no último domingo (30) — não aceita a vitória de Lula (PT) e organizaram um ato chamado de “Paralisação Geral do Acre”, com protestos no estacionamento da loja Havan e na Arena da Floresta.
Os manifestantes pedem uma intervenção militar no país por acreditarem, ainda não hajam indícios, que as eleições ocorreram de forma fraudulenta. O movimento é liderado por Marcelo Brasil, que enfatizou que Bolsonaro precisa de seus apoiadores:
— “Eu defendo os princípios da família, liberdade de expressão, país conservador e não aceito a posse do candidato eleito”, declarou.
Atos antidemocráticos
Uma onda de protestos tomou conta de pelo menos 20 estados e o Distrito Federal, passadas mais de 32 horas do resultado das eleições, Jair Bolsonaro ainda não se manifestou, nem mesmo para agradecer os 58 milhões de votos que recebeu.
Por considerar os atos antidemocráticos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a liberação imediata dos bloqueios nas rodovias federais. A decisão foi seguida pelos demais ministros da corte. Nela, Moraes ordena à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e às polícias militares que “tomem todas as medidas necessárias e suficientes” para a “imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido”. Ele atendeu a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que alegou inclusive risco de desabastecimento em algumas cadeias industriais.
No voto seguido pela maioria, Moraes determinou também multa de R$ 100 mil por hora, em caráter pessoal, ao diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, “em face da apontada omissão e inércia” do órgão em desobstruir as rodovias bloqueadas.