Os manifestantes que foram para 4º Batalhão de Infantaria de Selva (4º BIS) solicitar uma intervenção federal contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito com 50,9% dos votos válidos no último domingo (30), continuam no local após 24 horas do início do ato.
A manifestação, embora pacífica, é considerada antidemocrática pela Constituição Brasileira, uma vez que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considera o resultado como legítimo e não há, até o momento, nenhum indício de fraude eleitoral. Além do TSE, a derrota já foi reconhecida pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma reunião com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) na terça-feira (1º). Segundo o ministro Edson Fachin, o presidente disse que “acabou” ao reconhecer o resultado da urna. A vitória de Lula também já foi reconhecida pelo vice-presidente Hamilton Mourão e pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira e Senado, Rodrigo Pacheco.
Apoiadores de Bolsonaro acreditam que o presidente possa ter uma “cartada final” que possa comprovar fraude. Aqueles que não creem na fraude, alegam que não aceitarão que um “ex-presidiário” governe o país. Motivo também não aceito pelas autoridades, uma vez que Lula é considera juridicamente inocente.
Lula foi preso no dia 7 de abril de 2018, após se entregar à Polícia Federal (PF) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo (SP). O ex-presidente foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso de um triplex no Guarujá (SP). Ele foi solto no dia 8 de novembro de 2019 e recuperou seus direitos políticos após uma série de vitórias na Justiça, como a anulação de condenações da Lava Jato e a suspeição do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) — eleito senador pelo Paraná — no caso do triplex. Com as anulações, Lula ficou sem nenhuma condenação criminal em qualquer instância da Justiça.
O vice-presidente Hamilton Mourão, eleito senador pelo Rio Grande do Sul, disse nesta quarta-feira (2) que uma intervenção militar colocaria o Brasil em situação difícil perante a comunidade internacional. Líderes de diversos países como Estados Unidos, Rússia, China, Ucrânia, Canadá, Argentina, França e Inglaterra, já reconheceram a legitimidade do processo eleitoral brasileiro e alguns deles ameaçaram romper relações se houver tentativa de golpe de estado.