OPINIÃO

Após votar nas eleições com bandeira de Bolsonaro, Bocalom abraça Alckmin e chama de seu amigo


Acostumado com a baixa popularidade que o acompanhou durante os primeiros anos de gestão, o prefeito Tião Bocalom (PP) apareceu visivelmente surpreso nas redes sociais ao ser cumprimentado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).

O encontro aconteceu nesta terça-feira (14) em uma nova viagem de Bocalom, que recentemente chegou da Alemanha — país que visitou pela 2ª vez desde o início da gestão. Desta vez, o prefeito foi a Brasília participar da 84ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

“Foi muito gratificante, já que estávamos em um grupo grande de prefeitos, e ele me viu e me abraçou – algo que não fez com nenhum dos outros que me antecederam”, disse Bocalom fazendo questão de mostrar que teve um tratamento “exclusivo”.

Na publicação, o prefeito diz que Alckmin é seu amigo.

Vale lembrar que durante as eleições de 2022, Bocalom foi muito crítico à chapa de seu amigo e chegou a declarar que Deus falou com ele em um sonho que o candidato opositor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), era um homem “honesto e preparado”.

Bocalom ainda foi além… Criou ao lado de Marcio Bittar (União) o comitê em apoio ao ex-mandatário e foi votar com a bandeira de Bolsonaro em uma escola na Baixada da Sobral, mostrando seu empenho em contribuir com a fracassada tentativa de reeleição do capitão — que enfrenta atualmente graves acusações de peculato.

De fato, a publicação de Bocalom mostra que o real motivo da escolha de Lula por Alckmin tem surtido efeito. Alckmin não só foi fundamental para a vitória do petista, como também é peça-chave para que Lula consiga governar.

Com um PT desgastado ao longo dos anos e eleito principalmente por uma rejeição monstruosa da população a Bolsonaro — que ultrapassou a do atual presidente — Lula conta com Alckmin para dialogar com grupos que não querem ter a imagem associada ao petista, mas tentam de alguma forma se aproximar do novo governo.

Bocalom é um exemplo.

O cumprimento de Alckmin não é estranho, ele esteve no PSDB entre o final da década de 1980 até 2021. Nesse período, foi correligionário do próprio prefeito de Rio Branco, que esteve na sigla por 16 anos. Estranho mesmo é a surpresa de Bocalom…

Veja a publicação animada do prefeito:

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Anderson Siqueira

Editor-chefe, escritor, amante de meditação e da boa cozinha. Contato: andersonsiqueira.br@gmail.com