O Acre deve registrar um crescimento expressivo na produção de café em 2025, com um aumento projetado de 59,8% na safra de café canephora em relação a 2024, segundo dados do IBGE. Esse avanço está diretamente ligado à expansão de 55,5% nas áreas plantadas e 44,7% nas áreas colhidas. Além disso, o rendimento médio por hectare deve subir 10,5%, alcançando 3.051 kg, um valor superior à média nacional, que é de 2.598 kg por hectare.
O café canephora, espécie predominante no Acre, é amplamente utilizado na produção de café solúvel e na composição de blends devido ao seu alto teor de cafeína e sólidos solúveis. Em dezembro de 2024, a saca de 60 kg foi cotada a R$ 1.832,57, conforme dados do CEPEA/ESALQ/USP. Esses números refletem uma demanda crescente no mercado internacional, impulsionada por preços atrativos e investimentos dos produtores em insumos e práticas agrícolas.
Em sua coluna no site ac24horas, o economista Orlando Sabino destacou o papel da mandioca como uma cultura de relevância econômica no Acre. Ele apontou que, embora a produção local venha enfrentando desafios nos últimos anos, há um potencial significativo para o fortalecimento dessa cultura, especialmente entre pequenos produtores rurais. Segundo ele, a mandioca, assim como o café e a banana, pode ser um vetor de geração de renda e promoção da emancipação econômica para comunidades agrícolas do estado.
Sabino ressaltou que o incentivo à mandioca e outras culturas adaptadas às pequenas propriedades pode ser uma estratégia eficiente para distribuir renda de forma mais equitativa no meio rural. Ele destacou, ainda, que o aproveitamento de tecnologias agrícolas já disponíveis pode aumentar o rendimento médio dessas culturas, tornando-as mais competitivas no cenário nacional.
Além do café e da mandioca, a safra geral de cereais, leguminosas e oleaginosas no Acre também deve crescer 5% em 2025, chegando a 196 mil toneladas, com destaque para a recuperação do milho e o desempenho estável da soja. Esses números demonstram a diversificação da produção agrícola no estado e o fortalecimento de sua competitividade no mercado.
O economista concluiu que os resultados projetados refletem o potencial agrícola do Acre e a importância de políticas públicas voltadas para o incentivo e fortalecimento das cadeias produtivas locais. Com investimentos consistentes e apoio técnico, o setor agrícola pode desempenhar um papel ainda mais relevante no desenvolvimento econômico do estado.